Vendo aproximar-se
uma raposa, um galo trepou com as galinhas em alto pinheiro. A tanta
altura não podia chegar o malfazejo bicho. A raposa
procurou pois valer-se da astúcia e disse:
Olá! Sr galo, de que tem medo? por que
sobe tão alto?pois ignora que está feita a paz eterna entre todos os
animais! pois ainda não lhe foi comunicada tão grata noticia?
Neste caso, quero
alvíssaras, respondeu o galo.
Ora desça, abracemo-nos,
festejemos este dia de universal reconciliação, disse a raposa.
O galo, esperto,
percebendo a mentira da raposa, dissimulando porém, não se deu por
enganado. Respondeu:
Fico feliz com essa
notícia; já desço para mostrar-lhe o meu contentamento. Mas aí vem chegando
alguns cachorros, ouça os latidos; junto com eles melhor festejaremos tão
bela paz.
Cachorros? Assustou-se
a raposa; “pode ser que os malditos ainda não saibam da paz, vou-me
embora”. E safou-se mais ligeira do que tinha vindo.
MORALIDADE: Não crer de
leve é o conselho da prudência; reconhecendo a impostura, dissimular é o melhor
meio de evitá-la.
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