Um velho cachorro
perdigueiro fora bom caçador outrora (em outros tempos); sempre farejava e
descobria a presa, e quando farejava, logo fisgava. Seu dono enchia-o de afagos
e carinhos. Mas, para os perdigueiros, assim como para as pessoas, passam-se os
anos, chega a velhice; o pobre cão perdeu o faro, perdeu os dentes, e
já não levantava a presa; e se a descobria, não conseguia pegá-la. Certa vez,
uma perdiz, que ele conseguira apanhar, safou-se de sua boca desdentada. O dono
chega, e irado o açoita (bate nele).
- Senhor, disse-lhe chorando
o velho cachorro, pois não mereço, em atenção aos serviços passados, não
mereço alguma compaixão?
MORALIDADE: A lição deste
velho perdigueiro lhes diz como sereis tratados na velhice por aqueles a quem
já não mais puderes servir.
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